Como Fatiar Grandes Lotes de Trabalho para um Backlog Eficiente
Quando se trata de desenvolver software, enfrentamos desafios complexos que requerem um planejamento meticuloso e organização impecável. Para garantir a entrega de funcionalidades de forma eficiente e com qualidade, é fundamental quebremos o trabalho em um backlog bem estruturado. Neste artigo, vamos explorar práticas e técnicas para fatiar grandes lotes de trabalho em histórias menores e mais gerenciáveis, usando o conceito INVEST como nosso guia.
1. As Histórias de Usuário como Base
Para construir um backlog sólido, precisamos das histórias de usuário como alicerce. Ao criá-las, o acrônimo INVEST nos ajuda a garantir que sejam Independentes, Negociáveis, Valiosas, Estimáveis, Pequenas e Testáveis. Isso nos permite desenvolvê-las de forma incremental, sem depender de outras funcionalidades.
2. Caminhos e Casos: Entendendo o Percurso
Antes de fatiar uma história, é essencial compreender os caminhos e casos de uso relacionados à funcionalidade. Identificar as trajetórias positivas e negativas, bem como os cenários comuns, nos ajuda a dividir a história em partes menores e tratá-las separadamente.
3. Operações e Ações: Pensando no Detalhe
Se a história inclui operações de gerenciamento, como editar ou atualizar, é interessante fatiá-la com base nessas ações específicas. Desenvolver cada operação de forma independente simplifica o processo e nos ajuda a manter o foco em cada detalhe.
4. Núcleo e Extensão: Crescendo Gradualmente
Uma abordagem interessante é identificar o cerne da funcionalidade e, em seguida, adicionar extensões para aumentar a complexidade. Priorizando as partes essenciais, podemos incorporar recursos adicionais em etapas posteriores.
5. Critérios de Aceite: Combinando Expectativas
Ao fatiar o trabalho, é importante estabelecer critérios claros de aceite para cada história. Isso assegura que todos compreendam o que é esperado para considerar a funcionalidade concluída e pronta para entrega.
6. Variedade de Dados e Fronteiras: Explorando Diferenças
Se a funcionalidade envolver diferentes tipos de dados ou fronteiras específicas, podemos fatiar o trabalho com base nessas variações. Testar cada cenário individualmente evita problemas de integração e facilita a identificação precoce de possíveis problemas.
7. Interfaces Complexas e Plataformas Variadas: Dividindo por Ambiente
Para histórias com interfaces complexas ou abrangendo diversas plataformas, como iOS, Android e navegadores, podemos fatiar o trabalho por ambiente. Isso permite que a equipe se concentre em desenvolver e testar uma interface de cada vez.
8. Regras de Negócio e Exceções: Lidando com Complexidades
Histórias que envolvem regras de negócio complexas ou exceções específicas podem ser fatiadas para abordar cada uma delas de forma individual. Essa abordagem facilita o entendimento e a implementação correta de cada regra.
9. Diferentes Papéis e Requisitos Não Funcionais: Foco na Especificidade
Se a funcionalidade se aplicar a diferentes papéis de usuário ou exigir requisitos não funcionais específicos, podemos fatiar o trabalho para cada caso, delimitando claramente as responsabilidades e necessidades de cada parte.
10. Priorizando o Essencial: A Entrega Gradual
É válido considerar adiar o tratamento de erros não críticos e atualizações dinâmicas para fases posteriores do desenvolvimento. Isso nos permite entregar primeiro as funcionalidades mais essenciais, acelerando a entrega inicial.
Dicas para um Backlog Eficiente Além da Quebra
Para otimizar ainda mais o backlog, podemos:
Integrar e Entregar Continuamente: Garantir que o trabalho seja fatiado para permitir a integração e entrega contínua de partes funcionais do sistema. Isso nos ajuda a identificar problemas precocemente e a garantir entregas frequentes e estáveis.
- Reaproveitar Recursos: Identificar partes do trabalho que possam ser reutilizadas em diferentes funcionalidades ou projetos. Isso promove a modularidade e evita duplicações desnecessárias.
- Componentizar para Independência: Fatiar o trabalho em componentes independentes que possam ser desenvolvidos, testados e implantados separadamente. Isso permite a evolução de cada componente de forma isolada.
- Arquitetura com Boas Práticas: Garantir que cada história esteja em conformidade com as melhores práticas de arquitetura. Isso assegura a consistência e a qualidade do código.
- Revisar e Dar Feedback Constantemente: Realizar revisões regulares do backlog com a equipe e stakeholders para obter feedback contínuo. Isso ajuda a ajustar prioridades e identificar mudanças necessárias.
- Prototipar para Validar: Utilizar protótipos rápidos para validar conceitos antes de incluí-los no backlog. Isso reduz o risco de desenvolver funcionalidades desnecessárias ou inviáveis.
- Integração com Terceiros: Se a funcionalidade exigir integração com sistemas de terceiros, fatiar o trabalho por etapas de integração. Isso permite validações incrementais e facilita a resolução de problemas.
- Incrementar em Camadas: Fatiar o trabalho em camadas progressivas de complexidade, começando pelas funcionalidades básicas e adicionando recursos gradualmente. Isso permite entregas mais frequentes e demonstrações de progresso.
- Lidar com Riscos: Identificar riscos técnicos ou de implementação e fatiar o trabalho para abordá-los separadamente. Isso reduz a exposição a riscos significativos.
- Equilíbrio entre Funcionalidades e Infraestrutura: Certificar-se de que o backlog inclua uma mistura equilibrada de funcionalidades e melhorias na infraestrutura. Isso garante que o software evolua de maneira sustentável e atenda às necessidades dos usuários e do negócio.
Lembre-se de que cada projeto é único, portanto, adapte essas técnicas conforme necessário. A quebra eficiente do backlog é uma jornada colaborativa que resultará em um desenvolvimento mais fluente e bem-sucedido.